Uma equipa de investigadores liderada pela Environment Agency, UK em colaboração com a Zoological Society of London, CEFAS, DTU-Aqua e a Universidade dos Açores, deu agora um grande passo na resolução deste mistério quando marcaram enguias nos Açores e as seguiram nos 2.500 km da última etapa da sua longa viagem. Os Açores estão próximo dos pontos mais longínquos até onde a migração das enguias tinha sido seguida por projetos anteriores, executados a partir da Europa continental.

Em dezembro de 2018 e de 2019, marcas de satélite foram colocadas em 26 grandes enguias fêmea, as quais foram libertadas em praias para começar a sua migração. As marcas foram programadas para se libertarem após 6-12 meses. A maioria das marcas permaneceram nos animais durante todo o tempo programado, tendo informação sido recebida de 23 das 26 marcas.

Os resultados mostram que as enguias migraram com uma orientação constante em direção à área de reprodução, tendo 5 delas atingido o Mar dos Sargaços. Surpreendentemente, os resultados mostram que as enguias demoram mais de um ano a atingir a área de desova a partir dos Açores. Não é neste momento possível saber se elas se atrasam para sincronizar a sua chegada com a de animais vindos da Europa, ou se estes necessitam de ainda mais tempo para completar a sua migração.

A equipa está já a preparar uma análise mais aprofundada dos dados recolhidos de modo a, num futuro próximo, fornecer mais informação sobre esta espécie fascinante.

Nota

 

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