Numa reunião do gabinete da reitoria realizada por videoconferência, o reitor da Universidade dos Açores comunicou estar ao lado do presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, na defesa do fecho das ‘fronteiras’ dos Açores, e que o próprio país o devia ter feito há muito tempo.
Segundo João Luís Gaspar, a Europa foi atempadamente avisada, e a decisão para o fecho das fronteiras de todos os países deveria ter sido tomada logo que a China anunciou estar a isolar as suas cidades ou, no limite, quando a Itália começou a ser atingida. Mais, referiu que o Governo da República tem legitimidade para entender de forma diferente, mas nunca por “não existir nenhuma justificação que fundamente o encerramento total de fronteiras”, ou porque “fazê-lo teria um efeito danoso”, como publicamente o afirma.
João Luís Gaspar sublinhou que fechar fronteiras vai ser uma inevitabilidade e provavelmente, em muitos casos, já será tarde demais, pois a maioria dos países do mundo não tem condições para enfrentar esta pandemia. Enquanto pensam os decisores políticos, reúnem os conselhos e discutem os constitucionalistas a situação continua a agravar-se não só pelas condições de propagação que já foram criadas, mas porque, sem medidas restritivas drásticas, minuto a minuto a mobilidade cria em todo o mundo novas condições para a disseminação deste silencioso vírus.
O reitor defende que, se o país não o decidir a nível nacional, os Açores e a Madeira devem unir-se e fazê-lo a nível regional, porque, embora os nossos profissionais de saúde mereçam toda a confiança, não têm meios para responder a uma escalada de casos como a que se tem vindo a observar noutras regiões. Para João Luís Gaspar, estão em causa motivos de força maior que se prendem com a segurança e proteção de pessoas. Encerrar as fronteiras regionais, ao contrário do que tem sido referido a nível nacional, não significa isolar os açorianos, porque é possível criar corredores com um elevado grau de segurança para a mobilidade dos residentes e seus familiares em caso de fundamentada necessidade e manter circuitos para a distribuição de carga. Temos especialistas nas áreas da saúde e da proteção civil na Região que sabem como o fazer.
No final da reunião, João Luís Gaspar sublinhou que a Ciência vai ganhar esta guerra, só precisa do tempo que, enquanto cidadãos, lhe podemos dar.

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